Aditivos Lubrificantes Aditivos Lubrificantes

Aditivos Lubrificantes – Tudo o que você precisa saber!

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Se você é um profissional da área da manutenção, muito provavelmente já se deparou com diversos tipos de aditivos mencionados nas fichas técnicas e/ou embalagem de seus lubrificantes, não é mesmo? Mas você sabe realmente o que são aditivos e como eles funcionam na prática?

Neste artigo iremos te apresentar tudo o que você precisa saber sobre aditivos lubrificantes. Vamos lá!

Aditivos lubrificantes são compostos orgânicos ou inorgânicos dissolvidos ou suspensos como sólidos no óleo. Eles são utilizados para melhorar determinadas propriedades nos óleos básicos, suprimir possíveis propriedades indesejadas ou acrescentar propriedades inexistentes. Sendo que o percentual de representatividade dos aditivos no volume total de um óleo formulado pode chegar a até 30%.

Um detalhe importante a saber é que os aditivos lubrificantes possuem uma característica chamada de polaridade. A polaridade nada mais é do que a atração natural das moléculas aditivas para outros materiais polares.

Exemplos de materiais polares são: superfícies metálicas, água, terra, sujeira, vidro, madeira, entre outros. E de materiais não polares são: teflon, parafinas, ceras, penas de pato, repelentes de água e etc.

Logo, devido esta característica, fica evidente que a presença de contaminantes em um lubrificante contribuirá para o esgotamento de seus aditivos, uma vez que eles se fixarão aos contaminantes polares e se depositarão no fundo dos cárteres e/ou serão removidos através dos sistemas de filtragem. Pense nisso quando detectar umidade ou partículas sólidas em seu lubrificante!

Além disso, vale mencionar que os aditivos agem basicamente de três formas: por envolvimento de partículas sólidas, emulsificação de água (aditivos se fixam as micro-gotas de umidade) e também por ancoragem nas superfícies metálicas. Estas formas de agir também são chamadas de mecanismos polares.

Agora vamos aos aditivos lubrificantes mais comuns.

Antioxidantes / Inibidores de Oxidação

A oxidação é uma reação química natural causada pela combinação do óleo e oxigênio, resultando em degradação. Este processo é consideravelmente acelerado por calor, água, partículas de desgaste e outros contaminantes. Na prática a oxidação causa a formação de ácidos, verniz, borras e aumento da viscosidade do óleo.

Para minimizar este problema, os aditivos antioxidantes entram em jogo. Basicamente, eles decompõem as moléculas reativas do óleo (hidroperóxidos e radicais livres) interrompendo o processo de oxidação, o que consequentemente aumenta a vida útil do lubrificante.

Compostos químicos utilizados: dialquilditiofosfato de zinco (ZDDP), fenóis, aminas aromáticas, sulfonatos metálicos e fenatos.

Inibidores de Ferrugem e Corrosão

Os aditivos inibidores de ferrugem e corrosão funcionam de uma maneira bastante simples. Eles se aderem as superfícies metálicas dos componentes de máquinas, criando um filme polar sobre o metal que age como uma barreira protetiva que repele a água e neutraliza ácidos, inibindo a formação de ferrugem e a corrosão.

Compostos químicos utilizados: sulfonatos, ácidos graxos, ZDDP, aminas, entre outros.

Detergentes

Os detergentes são aditivos desenvolvidos para cumprir duas exigências básicas: manter as superfícies quentes livres de depósitos (limpas) e também para neutralizar ácidos perigosos presentes no óleo. Este é um tipo de aditivação geralmente utilizado nos óleos de motor.

Compostos químicos utilizados: cálcio e magnésio. O bário também já foi usado, mas por motivos ambientais foi praticamente eliminado.

Dispersantes

Os dispersantes costumam ser usados em conjunto com os aditivos detergentes, principalmente em óleos de motor. Estes aditivos polares são usados para manter as partículas de fuligem separadas e em suspensão no óleo, impedindo assim a aglomeração das mesmas, o que geraria partículas maiores e mais danosas, e também a formação de depósitos sobre as superfícies de metal.

Antiespumantes

Os antiespumantes como o próprio nome sugere servem para evitar a formação de espuma estável sobre a superfície dos óleos. Estes aditivos não são dissolvidos e se apresentam como micro-glóbulos suspensos no lubrificante, quando entram em contato com a parede das bolhas as rompe imediatamente.

Um detalhe interessante é que geralmente as concentrações utilizadas desses compostos são bastante baixas, pois o uso excessivo pode ter efeito contrário, gerando ainda mais espuma.

Compostos químicos utilizados: metil silicone e polímeros orgânicos.

Agentes antidesgaste (AW)

Este tipo de aditivo é usado para reduzir o desgaste de superfícies metálicas em condições de lubrificação mista ou limite. Os aditivos AW se aderem à superfície de metal e formam uma película química que é ativada pelo calor de contato. Em condição de lubrificação hidrodinâmica ou elastohidrodinâmica este tipo de aditivo não entra em funcionamento.

Além disso, cabe ressaltar que é a película antidesgaste que sofre o cisalhamento ao invés da superfície do material. Por esse motivo, a aditivação tende a se esgotar e é a partir deste momento que a degradação da superfície começa a ocorrer. Logo, torna-se conveniente o acompanhamento desses aditivos via análise de óleo.

Compostos químicos utilizados: ZDDP e tricresilfosfato (TCP).  

Aditivos de extrema pressão (EP)

Os aditivos EP também visam o controle de atrito e desgaste. Eles são utilizados principalmente para evitar a micro-soldagem (desgaste adesivo) de superfícies metálicas em situações de contato deslizantes envolvendo altas cargas.

Estes aditivos formam uma película superficial sobre os componentes de metal que reage quimicamente com eles quando a pressão de trabalho aumenta, formando assim novos compostos protetores que inibem a degradação das superfícies, o que contribui para a maior vida útil do equipamento.

Compostos químicos utilizados: enxofre e fósforo.

Além desses, existem também alguns lubrificantes sólidos que atuam como aditivos EP. Neste caso, podemos citar: borato, dissulfeto de molibdênio (MoS2) e grafite.

E por fim, vale comentar que alguns tipos de aditivos EP podem ser corrosivos contra metais amarelos, especialmente em temperaturas operacionais mais altas. Por isso, sua utilização deve ser evitada em aplicações onde estes metais e o calor estejam presentes.

Melhorador de Índice de Viscosidade (MIV)

Estes aditivos são utilizados para aumentar a capacidade de um óleo de manter sua viscosidade mesmo sob a influência do aumento de temperatura.

Os MIVs são polímeros de cadeia longa que se envolvem nas moléculas de óleo. À medida que a temperatura operacional aumenta, eles se expandem e ocupam um maior espaço, fazendo com que o óleo se mantenha espesso.

Por se tratar de moléculas grandes (alto peso molecular), esses aditivos possuem uma franqueza. Eles podem sofrer cisalhamento durante o uso, resultando em perda de viscosidade.

Compostos químicos utilizados: copolímeros, polimetacrilatos, copolímeros de olefina, etc.

Diminuidores de Ponto de Fluidez

Os diminuidores de ponto de fluidez são aditivos usados para que um óleo lubrificante consiga permanecer fluido em temperaturas cada vez mais baixas. Eles são utilizados geralmente em óleos minerais parafínicos, pois as parafinas e ceras contidas neste tipo de óleo tendem a cristalizar e aglomerar em condições de baixa temperatura, comprometendo a fluidez do lubrificante.

Compostos químicos utilizados: Polimetacrilatos.

Legal! Agora você já sabe o que são aditivos, quais são os mais usados e como cada um deles funcionam, o que lhe ajudará em muito na diferenciação dos mais diversos tipos de óleos existentes no mercado e consequentemente na escolha certa de seu lubrificante.

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Sobre o Autor

Matheus Rodrigues – Consultor Técnico Engelub

Engenheiro Mecânico com grande vivência em lubrificação industrial. Atua ajudando empresas a obterem aumento de disponibilidade operacional de máquinas e redução de custo totais de manutenção através eficiência na lubrificação. Fale com o Matheus através do e-mail: m.rodrigues@engelub.com.br ou (19) 99258-1109.

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