Seleção de Graxas Para Rolamentos

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Você sabe como selecionar a graxa certa para lubrificar seus rolamentos?

A lubrificação com graxa é a maneira mais comum de lubrificar rolamentos em aplicações industriais, entretanto a grande variedade de produtos existentes pode confundir o usuário durante o processo de escolha para uma determinada aplicação. Pensando nisso, nós da Engelub preparamos um conteúdo especialmente dedicado a ajudar você na escolha de graxa certa para lubrificação de rolamentos. E aí, vamos lá?

O primeiro ponto a se pensar é em relação a propriedade mais importante do lubrificante, a viscosidade. Existem vários métodos para determinar os requisitos de viscosidade mínima e ideal para rolamentos, a maioria deles relaciona as dimensões do rolamento com a velocidade e temperatura operacional. Em termos gerais, lembre-se sempre da seguinte regra: Para baixas temperaturas e altas rotações, graxas com óleo base de baixa viscosidade serão os mais adequados, e para altas temperaturas e baixas rotações, graxas com óleo base de alta viscosidade serão a melhor opção.

Uma vez determinada a viscosidade apropriada, é hora de considerar qual o tipo de óleo base a ser utilizado. Nesse caso, podemos optar por óleos de origem mineral ou sintético. Os óleos minerais são os mais comuns, porém em condições severas de trabalho, como altas ou baixíssimas temperaturas, cargas elevadas e alto coeficiente de atrito, a utilização dos óleos sintéticos pode ser indispensável. Dessa forma, analisar cuidadosamente as condições de operação fará a diferença em seu processo de escolha.

As principais vantagens dos óleos sintéticos em comparação aos minerais são:

  • Maior resistência contra oxidação
  • Melhor IV (Relação viscosidade/temperatura)
  • Maior resistência térmica
  • Melhor fluidez em baixas temperaturas
  • Menor volatilidade
  • Maior resistência à radiação
  • Baixa inflamabilidade

Após isso, deve-se selecionar o grau de consistência e o tipo de espessante da graxa.

O grau de consistência de uma graxa indica a sua capacidade de resistir a deformação por uma força aplicada ou de maneira mais simples, o quão macia ou rígida ela é.

O Instituto Nacional de Graxa Lubrificante (NLGI), classifica a consistência das graxas de acordo com uma escala, que varia do grau 000 (graxa muito fluida) ao grau 6 (graxa muito dura), sendo os graus NLGI 1, 2 e 3 os mais usados na indústria em geral. Na prática esta propriedade é muito importante, pois é ela que define a performance da graxa em relação a facilidade de bombeamento e a capacidade de vedação, por exemplo.

Para a lubrificação de rolamentos, o fator velocidade e a temperatura operacional mais uma vez são diretrizes ​​para determinar a melhor consistência a ser usada. Pode parecer contra intuitivo, mas fatores de velocidade mais altos exigem graxas de consistência mais alta, assim como temperaturas mais elevadas também pedem por graxas mais duras.

Já a escolha do espessante depende dos requisitos de trabalho em que a graxa estará submetida.

Os espessantes mais conhecidos e utilizados são os chamados sabões metálicos que são classificados em sabões simples ou complexos.

Como vantagens e desvantagens de alguns tipos de sabões metálicos podemos citar:

  • Sabão simples de Alumínio: Boa resistência à água e a oxidação, boa bombeabilidade, baixa estabilidade ao cisalhamento.
  • Sabão simples de Cálcio: Boa resistência à água, bom comportamento em baixas temperaturas, boa adesão, utilizável somente até 60 º C, ponto de gota aprox. 100º C.
  • Sabão simples de Lítio: Utilizável até 120º C, resistente à água até 90ºC, boa resistência ao trabalho mecânico.
  • Sabão simples de Sulfonato-cálcio: Excelente resistência à água, excelente qualidade protetiva contra corrosão, oxidação, antidesgaste e extrema pressão.

Vale ressaltar que quando comparados aos sabões simples, os sabões complexos costumam apresentar algumas vantagens, tais como melhor resistência a temperaturas mais altas, maior capacidade de carga e vida mais longa.

Há ainda alguns espessantes não-saponáceos, como a poliuréia e o PTFE.

A poliuréia é utilizável até 200ºC, resiste à água e vapor, tem boa bombeabilidade e é adequada para lubrificantes de rápida biodegradação.

Por sua vez, o espessante de PTFE é utilizável até 260ºC, são quimicamente inertes, possuem boa lubricidade e boas propriedades de lubrificação de emergência, entretanto são inadequados para altas velocidades.

Feita a seleção do óleo base e do espessante da graxa, é hora de considerar quais aditivos poderão ser utilizados para melhorar ainda mais o desempenho da graxa.

Há muitos tipos de aditivos químicos disponíveis, eles são empregados basicamente para melhorar propriedades já existentes no óleo base, suprimir algumas propriedades indesejáveis ​​e também conferir algumas novas propriedades.

Para facilitar o seu processo de escolha com a aditivação, deixamos abaixo uma tabela com os principais aditivos e suas funções.

E por fim, não deixe de verificar o fator velocidade da graxa e do rolamento que será lubrificado. O fator de velocidade em uma graxa é um valor adimensional que indica a velocidade máxima na qual uma graxa pode ser aplicada. Isto é, a velocidade máxima que uma graxa pode suportar sem ser centrifugada das pistas do rolamento. Lembre-se: a vida útil da graxa não é previsível quando o fator de velocidade do rolamento é maior que o da graxa.

Você poderá encontrar o fator de velocidade da graxa em sua ficha técnica ou através do contato direto com o fabricante da graxa.

Já o fator velocidade do rolamento pode ser calculado através das seguintes equações:

(Eixo gira)

dm X n X bf

Ou

(Anel exterior gira)

D X n X bf

Onde:   n = velocidade de rotação [rpm]

dm = diâmetro médio do rolamento [mm]

D = diâmetro externo do rolamento [mm]

bf = fator de rolamento

Tipo de Rolamentobf
Rígido de esferas1
Rolos cilíndricos com anel1
Auto compensador de esferas1,1
Contato angular1,1
Rolamentos de agulha1,4
Auto compensador de rolos1,67
Rolos cônicos1,67
Rolo cilíndrico com gaiola2,5
Buchas de agulhas2,5

Uma vez conhecido o fator de velocidade do rolamento, deve ser aplicada uma graxa com fator de velocidade entre 10% e 20% maior que a do rolamento.

Agora você já conhece algumas diretrizes que lhe ajudarão na seleção de graxas para rolamentos, mas tenha sempre em mente que novas variáveis poderão existir e consequentemente deverão ser consideradas.

Em caso de dúvidas, entre em contato com a Engelub, nós estaremos a disposição para lhe ajudar com soluções integradas em lubrificação.

Manter a sua empresa funcionando dia e noite, este é o nosso papel!

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