Os lubrificantes são componentes fundamentais em qualquer indústria. Sempre que há dois corpos em atrito, mesmo de materiais variados, pode-se adicionar o produto para reduzir os desgastes. No entanto, analisar corretamente qual é a ideal viscosidade de lubrificantes é a chave para alcançar os resultados desejados.
Para falar sobre esse assunto nós criamos este conteúdo a partir de uma entrevista com o Nilton Barbosa, gerente de desenvolvimento da Quaker Chemical, fabricante dos produtos lubrificantes que são distribuídos pela Engelub há vários anos.
Confira, então, este conteúdo e tire suas dúvidas sobre o assunto.
Por que a viscosidade de lubrificantes deve ser levada em consideração no momento da compra?
A viscosidade é uma das principais características de um lubrificante. Ela tem influência direta na resistência do mesmo. A indústria em geral faz os cálculos e determina qual é a viscosidade ideal para os seus equipamentos, e esse valor deve ser obedecido porque é nessa condição que você terá a menor geração de desgaste.
É justamente essa a função do lubrificante e, até por isso, é necessário deixar claro que não existe desgaste zero, mas o intuito é minimizá-lo ao máximo com o produto certo. Portanto, entender o processo em que os equipamentos estão inseridos, o tipo de desgaste, os materiais e diversas outras interferências, é totalmente necessário para direcionar a compra para o lubrificante mais adequado.
Qual é a importância da viscosidade para a indústria?
O papel da viscosidade de lubrificantes para a indústria é justamente criar as condições de trabalho com o menor desgaste possível para os equipamentos. Com essa função as empresas têm suas máquinas com maior disponibilidade, menos quebras, intervenções e gastos com manutenção.
A principal consequência de uma escolha errada do lubrificante é a falha no equipamento causada por um desgaste prematuro. Por exemplo, a caixa de engrenagem de um equipamento pode ser desgastada porque se usou óleo de viscosidade abaixo da que foi solicitada nas referências.
Então, uma caixa de engrenagem que originalmente deveria durar 5 ou 10 anos, quebra em 1 ano. Com a utilização da viscosidade inadequada para aquele mecanismo ou equipamento, a consequência pior é a sua quebra.
O mesmo vale para o óleo do motor de um veículo. Se você não usar a viscosidade especificada pelo fabricante, a consequência maior é você ter um desgaste excessivo e reduzir a vida útil desse motor. Se era para ele durar 500 ou 700 mil km, com 150 mil você já verá gás saindo com queima de óleo pelo escapamento.
Qual é o melhor tipo de lubrificante para cada uso?
Para dizer qual é o melhor tipo de lubrificante para cada equipamento ou processo é necessário entender as condições de atrito. Por exemplo, pode-se ter diversas condições de atrito e o ideal é você conseguir ter um filme lubrificante que promova a total separação desses dois corpos. Nem sempre isso é possível, mas é o mais buscado.
O tipo de atrito mais severo é o chamado atrito seco, em que você não tem lubrificante: é um metal raspando com outro metal. Nesse caso já existe um desgaste e ele continua atritando. Essa é a situação mais severa.
Depois do atrito seco temos o da camada superficial, quando a máquina fica parada no tempo. Como nossa atmosfera tem oxigênio, os materiais oxidam, formando camadas de óxido na superfície metálica e quando essa região começa a atritar, tem-se a camada de óxido sem a presença de lubrificante. Nesse caso ela fica mais severa e vai para o atrito seco.
Temos também o atrito limite, em que é criada uma pequena película lubrificante na superfície, mas ainda com bastante contato entre picos e vales dos dois corpos que têm um desgaste alto. Então, se consegue introduzir um pouco mais de lubrificante. Já existe alguma separação, mas ainda existem picos que se tocam e criam uma condição de atrito imenso.
Por fim, devemos nos lembrar do atrito fluido. É o caso em que se tem a total separação dos dois corpos. Eles estão completamente separados pelo lubrificante e é nessa condição que você terá o mínimo de desgaste.
Por exemplo, é possível atingir essa situação em uma caixa de engrenagem quando a velocidade média está alta. Quando a velocidade é baixa, você não chega tanto a condição de atrito fluido, precisando de uma certa velocidade para atingir esse nível.
Qual é a relação da norma ISO com o uso do lubrificante?
Temos duas normas que são utilizadas para a produção dos lubrificantes: a ISO 3448 e a FTMD 445 (norma americana). A ISO é um padrão internacional. Essas normas ditam as regras de como funciona a questão da medição da viscosidade pneumática, que é medida a 40ºC e 100ºC. Também temos a ISO VG, que serve para nortear as medições.
Para medir essa viscosidade de lubrificantes o processo é feito em laboratório, com um sistema controlado. Usa-se uma tubulação em que o óleo é colocado e tem sua viscosidade medida. Para tal, se deixa o objeto do experimento na temperatura de 40 ºC e mede o tempo de escoamento.
O mesmo é feito na temperatura de 100 ºC. Nessa condição a medição é um pouco diferente. A amostra de óleo é colocada, permitindo sua aclimatação e fazendo a medida de escoamento posteriormente. Com esse processo é feita a classificação da viscosidade de lubrificantes.
Quais são as melhores dicas para ter sucesso com os lubrificantes?
Para utilizar os lubrificantes e suas viscosidades da melhor forma é preciso seguir os próximos pontos:
- sempre verificar o que está estabelecido pelo fabricante original do equipamento. Essa é uma regra de ouro;
- procurar não fazer mistura de óleos. Antes de fazer essa mistura, se for necessária, certifique-se de que eles são compatíveis;
- sempre que for fazer troca de óleo, faça com o equipamento quente — ative o equipamento, coloque ele para aquecer e depois pare a máquina. Injete o máximo de óleo possível e complete o nível de novo.
Portanto, como vimos ao longo deste conteúdo, a viscosidade de lubrificantes é uma característica fundamental para a escolha do material. Essa viscosidade terá um papel crucial no objetivo do lubrificante, que é justamente reduzir o desgaste quando há dois corpos em atrito.
Ainda, devemos relembrar que nenhum lubrificante é capaz de eliminar totalmente o desgaste por atrito, mas se o material for escolhido corretamente, esse desgaste pode ser reduzido significativamente.
Se você quer ajuda para a escolha do lubrificante correto para as suas máquinas, entre em contato agora mesmo com um de nossos especialistas e analisaremos suas necessidades para indicar o produto mais adequado.